Enquanto a economia brasileira passava por altos e baixos feito uma montanha russa, eles criavam um modelo de negócio nunca visto em nenhum país. Eles não copiaram modelos americanos, europeus ou de outros países, mas sim faziam a sua própria história. Começaram comprando links das operadoras e distribuindo acesso via redes sem fio para usuários sedentos por internet. Enquanto as políticas governamentais investiam nos barões das teles criando incentivos para universalizar o acesso, eles faziam a universalização sozinhos, levando internet às pessoas de baixa renda.
Viajei 50 mil quilômetros pelo Brasil em 2012 para conhecê-los de perto e me apaixonei por esse mercado. Construí minha empresa desenvolvendo tecnologia que atendesse a esses milhares de sobreviventes. Fiz grandes amigos, conheci suas famílias, fui pescar com alguns, viajei com outros para o exterior, apresentei fabricantes e criamos um mercado impressionante juntos. Tenho orgulho desses empresários, que na época nem se consideravam importantes, mas que saboreavam o gosto amargo da excluídos.
De lá para cá, eles cresceram, compraram suas pick-ups 4×4, investiram suas economias e, hoje, são os protagonistas da internet banda larga no Brasil. Construíram redes de fibra ótica numa velocidade maior que as grandes operadoras se organizaram em associações de classe, conseguiram chamar a atenção de investidores profissionais e estão criando uma infraestrutura invejável. São a história viva. Que orgulho!
Em 2018, estamos vendo uma transformação enorme, pois as suas redes estão robustas, e seus assinantes, felizes. Mas qual será a próxima fase?
A Internet das Coisas (IoT) vai ser a próxima fronteira a ser desbravada por esses conquistadores, que já têm a confiança de seus assinantes e a capacidade técnica. Agora, precisamos muni-los de tecnologia – e somos aficionados por novidades.
As famílias perceberam que a tecnologia é um dos trampolins de crescimento, e temos que prepará-las para invadir as casas de seus assinantes oferecendo automação, eficiência energética, segurança da informação e ainda mais presença econômica. O Brasil gosta de tecnologia, somos aficionados por smartphones, mídias sociais… gostamos de inovação.
Olhando para as tendências, sabemos que os empregos tradicionais e repetitivos estão em perigo. Temos que preparar as novas gerações pra o futuro, e não será o governo responsável por isso. Teremos mais empregos de analistas, programadores e profissionais de tecnologia e menos trabalhadores repetitivos. A internet e a automação industrial vão exigir novos profissionais. Será dentro de casa que vamos nos preparar para o futuro.
O brasileiro quer a tecnologia, mas, diferentemente do americano, quer que alguém instale seus produtos, configure sua rede wi-fi, instale as cortinas automatizadas, crie os sistemas de som, automatize o ar-condicionado, configure o alarme, as câmeras de vigilância, as fechaduras com biometria, enfim teremos muita necessidade de instaladores capacitados nas novas tecnologias.
A WDC criou a SmartWDC para promover essas tecnologias e capacitar os profissionais do futuro. Os provedores regionais são o melhor canal para isso.
Queremos abrir os olhos dos provedores para essa nova realidade e oportunidade, criando uma oferta de produtos inovadores, um modelo de negócio pronto e testado no mundo para criar mais um negócio: as franquias de lojas Smart, que serão instrumentos de inovação.
Mais uma vez acredito no potencial desses empresários e estamos nos preparando para criar um novo ambiente de negócios, disruptivos, sintonizados com o mundo.
*Vanderlei Rigatieri é CEO da WDC Networks